domingo, 21 de outubro de 2007

Eu realmente não sei...

Sabe uma sensação estranha, ou na verdade nem isso. O fato é que eu nem sei explicar o que estou sentindo agora, mas também nem ao menos posso dizer que estou mal. Só estou com uma inquietude que o tempo ainda dará conta. E, junto com tudo isso tem uma frase que não sai da minha cabeça: “o Senhor é o meu pastor, nada me faltará” . Na verdade eu bem sei, é Ele quem está acalmando o meu agitado coraçãozinho.

Será que, agora que sou balzaquiana meu Deus está com mais rédeas de mim?

Não sei, mas a realidade é que estou calma, e para vocês entenderem contarei a história pelo começo.

Este ano de 2007 tem sido muito produtivo e feliz para mim. Tem sido um ano de tomada de decisões importantes.

Foi neste ano que parti para o artesanato com gosto e vontade, foi neste que decidi engravidar, foi neste que quase desisti da minha profissão, e depois resolvi dar mais uma chance, para ela e para mim.

Entre muitas coisas, tenho me sentido muito desestimulada na fonoaudiologia por conta do campo de trabalho e baixos salários. É aquela situação: no começo era porque eu era recém formada, aí o emprego era difícil; depois era o momento de estudar mais, e lá fui eu, sem parar, atrás de especialização e depois de mestrado; depois mais procura de emprego, e a realidade que os títulos, junto com o conhecimento ajudam, mas parecia que havia chegado tarde. Como se eu tivesse uns dois ou três anos atrasada dos concursos, das provas...

Nesse meio tempo, o tempo seguiu o seu rumo e passou. Muito rápido por sinal, e neste ano, 2007 já completo 10 anos de profissão.

Agora, dizer que sou recém formada não dá, dizer que não tenho qualificação também não. Em meio a tudo isso, olho para trás e procuro as realizações financeiras que qualquer um quer ter com seu trabalho, mas olho, busco, e não consigo ver nada palpável. Nesses 10 anos, aprendi muito na fonoaudiologia, e aprendi ainda que ela é profissão ingrata, com poucas possibilidades de retorno financeiro.

É claro que as realizações pessoais dentro do meu trabalho foram e são inúmeras, na verdade eu gosto do que faço, mas, infelizmente acho que devo investir ainda mais no meu lado B, o do artesanato, para aos poucos ir mudando os rumos do meu futuro profissional.

No entanto, por hora, ainda preciso, e muito, correr atrás de emprego melhor, com salário compatível com meus desejos e formação. E á aí que começa minha história. E, se até agora já escrevi tudo isso, não posso deixar de dizer: “senta que lá vem história...”

Bem no meio da minha crise profissional, no começo de agosto, quando estava prestes a jogar tudo para o alto, descubro, no dia 06 de agosto, o concurso para “Estágio de Adaptação dos Oficiais da Aeronáutica –EAOT”, com 1 vaga para fonoaudiólogo aqui em Recife. Tal concurso mudou radicalmente minha vida.

Neste período já havia me programando para tirar férias de 23 de agosto à 24 de setembro. Quando vejo o edital entro numa busca determinada para esta vaga.

Entre as exigências e normas do concurso, está o teste físico, que além das atividades de correr, flexão e abdominais, tem, como caráter eliminatório o IMC (índice de massa corporal), e este foi o maior benefício que todo esse processo me proporcionou.

Coincidentemente, nesta mesma segunda feira, dia 06/08, eu tinha um consulta com a endócrino, que havia sido marcada para me ajudar no controle do meus hormônios, pois precisava regular isso para conseguir engravidar. Mas, agora, com o concurso, o objetivo da consulta mudava totalmente, pois, primeiro que durante o processo do concurso, que vai até começo de maio, não pode “apresentar estado de gravidez”, e, segundo que em 06/08 eu pesava nada mais que 75,2Kg, tendo 1,62 de altura!!!

Pois é, chego na médica com o edital, recém impresso nas mãos e uma história doida, com necessidade urgente de baixar mais de 3 pontos do IMC em menos de 3 meses, o que significava emagrecer 10 kilos!!!!

Ela teve como primeira reação a dúvida, pois o tempo era curto, e depois eu vi o interesse dela em me ajudar, já que “hoje em dia o emprego anda tão difícil...”. E lá fui eu, correr literalmente atrás do meu objetivo.

Nesta época eu já estava freqüentando uma academia há 1 mês, porém com um ânimo de fazer triste qualquer professor.

Meta estabelecida lá fui eu.

Na alimentação, cortes radicais. Cortei de imediato todo o carboidrato das refeições, inseri muito mais saladas e mantive as carnes, porém em menores quantidades.

Na academia mudei radicalmente. Parei na hora com a musculação e fiz, praticamente só atividade aeróbica. Passei a fazer 5 aulas por semana de RPM (bicicleta in door) mais uns 20 minutos de esteira e abdominais para me preparar para a prova.

Nesse meio do caminho comecei a estudar. Consegui com minhas amigas de trabalho 4 dos 7 livros da bibliografia específica. Li todos os 4 e comprei os outros 3 quando visitei meus pais no início de setembro. Voltando da viagem me dediquei somente a dois objetivos: estudar e malhar.

Aos poucos comecei a inserir pequenas corridas entre a caminhada e, como já leram em outra postagem, hoje consigo correr 4km.

As férias chegaram ao fim, e junto com ela veio a prova, bem no último domingo, dia 23 de setembro.

Com a prova fiquei feliz, porém ainda “em cima do muro”. Acertei 45 de 60 questões, mas queria (e precisava de mais), e ainda havia a incógnita da redação. Mas a confiança e a determinação me fizeram chegar, na semana passada dentro do IMC. A primeira batalha eu havia vencido. Minha endócrino é só elogios, pois ela nem chegou a falar nada comigo sobre a alimentação, apenas usei de meu bom senso e das dicas que já havia aprendido em outros tempos com reeducação alimentar, com a Ana Lúcia, lá de Campinas.

Pois é, hoje, domingo, peso 65Kg (às vezes até menos um pouco), e minha meta pessoal é chegar em 64kg.

Junto com peso veio o resultado do concurso aos poucos. Primeiro o gabarito oficial, que me favoreceu. Anulou 3 questões das quais eu havia errado duas. Depois veio o resultado da redação, bem na virada de sábado para domingo. Com tal resultado fiquei tão feliz quanto integrante de bateria de escola de samba em dia de apuração de notas, minha nota foi “10,00, nota 10,00!!!!”

Após o resultado da redação, passei o dia de ontem, mais um período de espera, e ao final do dia, por volta de 22:00 vejo a Internet mais uma vez antes de dormir e não acho meu nome entre os convocados para a prova de títulos. Foram convocados 20 pessoas, sendo que a vigésima delas tem média parcial de 8,55. Minha média é 8,5!!!!

Pois é, eu realmente não sei descrever o que estou sentindo no momento, mas não posso deixar de dizer que “o Senhor é meu pastor e nada me faltará”.

Depois de algum tempo, certamente eu verei tudo isso com os olhos de compreensão, mas agora eu só posso dizer, que entre todo esse turbilhão, foi maravilhoso comprar roupas tamanho 40, (eu usava 46).

E agora vocês me dão licença que sol por aqui já nasceu e está me chamando para correr na Jaqueira.

Fiquem todos com Deus, e saibam que nada é por acaso, e que, acima de tudo tem alguém muito especial torcendo por cada um de nós lá de cima, disso eu tenho certeza sempre, o resto, é só viver a vida...

Um abraço, como sempre, com mesmo carinho,

Lidi, 21/08/07 às 5:08am.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O mundo é uma ervilha...

Às vezes fico imaginando sobre a tal “teoria do grau 7”. É que, em sétimo grau o mundo todo se conhece. Não sei o autor de tal teoria mas a conheço de orelhada e de vida prática mesmo.

Agora a pouco acabei de saber mais uma prova disso.

Eu, Lidiane, casada com Popa (João Paulo), tenho mais 3 irmãos e 1 irmã, a Cila (Maria Cecília).

Cila está em São Paulo fazendo um curso, e como boa apreciadora das coisas boas de Sampa foi ao Mercado Municipal para comer o delicioso e inesquecível sanduíche de mortadela.

O detalhe é ela chegou perto das 18:00 e já estavam encerrando o expediente, dessa forma ela não conseguiu comprar. Porém, conhecendo bem minha irmã, imagino o drama que ela não fez para convencer a garçonete, mas não conseguiu. A garçonete não, mas a moça do lado sim.

Havia uma moça, junto de seu pai, e essa moça, Renata, ofereceu a metade de seu sanduíche, que estava intacto para minha irmã. É claro que minha irmã se recusou, a princípio, mas Renata insistiu dizendo ser “uma cortesia pernambucana”.

Dessa maneira a Cila não só aceitou a metade, como também a dividiu com sua colega e, assim começou uma conversa com a pernambucana Renata, aproveitando o mote de eu, sua irmã, também estar aqui em Recife agora.

O mais legal disso tudo é que, lá pelas tantas, a Cila fala sobre meu sogro, e Renata, na hora perguntou se eu por acaso havia me casado com um dos irmãos de Cris.

Sim, minha cunhada é Cris (Ana Cristina), que tem por amiga de colégio Rosana, uma amiga muito querida.

Hora vejam: Renata é irmã de Rosana, que é amiga de Cris, que é minha cunhada, que conhece Cila, que é minha irmã, que aceitou meio sanduíche de mortadela de Renata, sem nunca tê-la visto na frente, bem no meio do Mercado Municipal de São Paulo.

Agora me digam, esse mundo não é mesmo uma ervilha????

Um abraço,

Lidi