terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cozinha das verdades

Lembro-me com muito carinho dos meus tempos de faculdade, e, em uma das aulas de psicologia, o tema foi família, e os modos de se conhecer e ver se a família "vai bem". Nessa aula o resumo que me lembro foi "a cozinha é o lugar onde se dizem as verdades". Assistimos inclusive um filme que ilustrava bem esse fato, mas o filme daquele momento não me lembrei, no entanto assisti a um outro, menos antigo (em relação ao primeiro) que também cai muito bem sobre esse assunto: Reine sobre mim (Rein over me/ 2007).
E cozinha é o foco deste texto.
Faz parte de minha natureza uma inquietação, que graças à Deus diminuiu consideravelmente, principalmente nesse ano.
Desde que me casei pensei muito em mudar de país. O charme da França, a civilidade do Canadá, os chocolates da Bélgica, enfim, um mundo distante e cheio de "gramas bem verdinhas". Aliado a isso vieram as eleições de 2010. Fiquei paranoica querendo fugir pois sabia que muitas mudanças que não concordo viriam (e vieram), enfim não entrarei nas questões políticas, principalmente por precisar estudar muito mais.
E assim, essa vontade de mudar foi crescendo muito, paralelo com a vida funcional. Encaramos um estilo de vida bem europeu em Recife. Ficamos sem doméstica, mantivemos apenas uma passadeira, procuramos usufruir do melhor que a cidade oferece gastando pouco e cuidando da nossa cidade. Passamos a frequentar o parque mais perto, procuramos convidar amigos para também ocupá-lo. Afinal para que esperar ir à Paris para fazer pic nic se há possibilidade até mesmo no nosso prédio?
Mesmo com toda essa rotina e vida viva mesmo, a nossa cozinha evidenciava que estávamos em situação de risco.
Num primeiro momento ficamos com móveis enormes e luxuosos de exatos 20 anos atrás. Com todo esse tempo eles estavam tomados por cupim. Chegou uma hora de por um fim nisso e mudamos de uma cozinha com inúmeros armários e mesa grande para 2 mini armários de aço e uma mini mesa de 80cm quadrados. Aprendizado enorme de viver com pouco.
Além disso tínhamos as portas do balcão da cozinha quase caindo... E acreditem, isso permaneceu por mais de 1 ano. Eu fazia questão de manter assim, para que eu me lembrasse que queria mudar, que lá não era o lugar...
Mas, e a vida nos dá muitos "mas", muita coisa aconteceu paralelamente: aos poucos, fui conseguindo ver o cenário internacional com outros olhos. E de modo geral o que pude observar é que estamos passando por muitas mudanças, e de ordem mundial. Por isso resolvemos que se estamos aonde estamos é porque lá é nosso "front de batalha" e por isso precisamos cuidar dele com o maior zelo possível.
Para ajudar nessa decisão encontramos uma comunidade católica "para chamar de nossa"! Nos encontramos e estamos muito bem servidos espiritualmente com os Arautos do Evangelho. Isso tudo nos ajudou (junto com outro ponto importante: educação financeira, metodologia DSOP) a tomarmos as decisões corretas e assumirmos nossa casa, fazermos dela nosso LAR.
Sempre usei e uso demais a cozinha, mas a coitada estava doente, feia, mal cuidada...
Mudamos isso e fizemos a tão sonhada reforma. Nada demais, tudo muito simples, porém do Nosso jeito.
Escolhemos os armários, as cadeiras, os pratos e copos e também fizemos uma parede!
Sim era aí que queria chegar. Depois de tudo feito coloquei literalmente a mão na massa e coloquei, com a ajuda de Popa, cores nas nossas verdades. Afinal, a cozinha sempre foi super utilizada , mas agora resolvemos deixá-la com a nossa cara, e colocamos muitas e muitas pastilhas de vidro de uma modo só nosso.
Ainda falta muito, mas quero caprichar, cada vez na minha casa, na minha família, pois assim, a cada novo projeto que termino e casa, me reabasteço para outros que virão.
Nada mais justo caprichar exatamente no lugar que alimenta a todos, que incendeia a casa com os mais variados aromas e sabores.
Fazendo um comparativo entre esses 2 últimos anos, conclui que em 2013 aprendi muito sobre o que não fazer mais, e neste 2014 que está quase no fim, aprendi o que devo fazer, e olhar para dentro, de mim, de minha família, de minha casa.
Com muitas cores, deixo meu abraço,
Lidiane (diretamente da casa da minha mãe!!!!) 23/12/2014





quarta-feira, 2 de julho de 2014

Tudo a seu tempo...

Lembrei-me do blog e fui olhar até me assustei de tanto tempo sem publicar nada, mas aconteceu.
Nesse tempo mais de uma dezena de textos passaram pela minha cabeça, porém poucos viraram rascunho.
Muita coisa vem acontecendo em minha vida e decidi que estava na hora de parar.
Durante minha época de fono, tinha a sensação de que era um vagão em um trem desgovernado sem maquinista. Pois bem, a fase fono passou, a vida correu e hoje estou eu na minha condição de esposa e mãe e sou a co-maquinista de uma família que sabe muito bem os rumos a seguir. Sim disse rumo, mas não o caminho, esse é sempre um aprendizado eterno. Mas cada vez busco mais fortalecer na fé em Deus e ter Ele como guia. Sendo assim fácil saber que o caminho é estreito e que a vida tem sua cruz, porém a graça e a beleza da vida está em conseguir fazer tudo o necessário (e um pouco a mais) com a alegria, procurando aprender, aprender e aprender.
2013 foi uma ano duro, pesado e eu pude aprender muito, principalmente o que não fazer...
Na hora doeu, precisei parar, sair pensar e o melhor de tudo foi ter a certeza do apoio de todos da minha família, os que mais amo.
No finalzinho de dezembro fiz um curso comportamental de empreendedorismo no SEBRAE, o EMPRETEC. Curso de imersão total de 6 dias. Logicamente só o fiz pois minha amada mãe estava por aqui conosco e lá fui eu. Muito bom super recomendo.
Muito do que aprendi lá coloquei em prática na minha vida pessoal, e por consequência disso estou realmente procurando estudar mais, saber o que e como fazer, e também me apegar a tudo o que é mais necessário.
Nesse janeiro senti na pele os efeitos do sobrepeso. Justamente em viagem para praia. Imagina a tristeza em ver as fotos...
Mas não foi só isso, o sobrepeso vem acompanhado por crises de dores nas costas com problemas posturais, uma tristeza.
Pensando muito em como traçar metas e fazê-las acontecer chamei meu marido (Popa) para juntos emagrecermos. Nossa meta final era alcançarmos o tão distante IMC, mas para isso fomos racionais e pé no chão. Nossa primeira meta foi reduzir 5Kg cada até a sexta de carnaval. Iniciamos em 13 de janeiro e nessa data eu estava com 78Kg.
Para alcançarmos nosso objetivo mudanças foram feitas. Nós dois iniciamos atividade física diária (sim de domingo a domingo), principalmente pelos primeiros 21 dias. Aprendi isso lá no tal curso. No começo tudo muito difícil: acordar sair pra caminhar, a caminhada lenta... parecia até que eu nem conseguiria voltar a correr como fazia antes de engravidar. Mas os resultados vieram e logo intercalei corridas nas caminhadas. Com cortes gigantes em carboidratos (e repetecos e doces e afins) os kilos começaram a ir embora, e na sexta, 28 de fevereiro eu já estava com 71kg.
Mas o melhor, a história dos 21 dias.
Eu estava firme na frequência, mas a tão sonhada corrida parecia muito difícil, no entanto num domingo à tarde lá estava eu no parque e comecei. Foi tão bom, quando dei por mim já havia corrido 3 voltas tranquila (1,5km) direto, e parei porque entrou um bichinho no meu olho. A sensação que tive é que meu cérebro tem realmente tudo bem guardadinho e ainda mantém um bom espaço para as novidades, mas como tem muitas coisas nele, ele demora até encontrar gavetas antigas ou em desuso. Desse modo ele leva os tais 21 dias até concluir seu processo. Acho ainda que ele é bem esperto, afinal em uma área tão compartimentalizada e setorizada ele não vai sair na doida a procura de coisas que, de fato, não serão úteis. Novamente os 21 dias também apontam para ele o empenho meu em voltar a fazer algo ou mesmo iniciar um novo hábito.
Atualmente em termos de IMC sou uma pessoa normal, estou hoje com 66,6kg e IMC de 24,8. O segredo agora é a manutenção.
Mas meu marido que adora tecnologia achou um aplicativo simples e que me faz ver cada descuido. Adquiri o hábito de me pesar diariamente e marcar nesse aplicativo (libra). assim ele faz o cálculo do IMC e também mostra um gráfico com o peso ao logo do tempo. Para mim ficou bem claro e tem ajudado muito no processo de mudança.
Desde o ano passado venho buscando "viver com menos" e isso é pra tudo, e sendo assim porque não comer menos também? É possível, mas não é fácil nem simples. Demora até virar um hábito. O que tenho trabalhado é muito o parar de comer ainda com vontade. Sempre que consigo vejo que realmente era vontade e não mais necessidade ou fome. Realmente o impulso de saciedade demora a chegar...
Paralelo a tudo isso várias outras decisões foram tomadas aqui em casa, e os caminhos estão sendo percorridos.
Tenho escrito bem menos até porque também tenho procurado ler mais.
Também comecei a trabalhar com uma turminha de pré-catequese na paróquia do Morro da Conceição.
Durante a quaresma vi que buscava demais na Igreja e pouco ou quase nada estava dando em troca. Estou ainda engatinhando. Tenho, novamente, muito a estudar e apender e ler, ler, ler...
Ah, a Rocha das Artes ainda existe e até recebo encomendas, e no momento muito tenho feito de demandas internas. Com essa mudança de corpo o guarda-roupa se esvaziou. Aos poucos estou trabalhando em costurinhas para mim. A vida segue.

Aqui está um gráfico desatualizado do programa que disse.
Abraços e até outro dia!
Lidiane