quinta-feira, 9 de abril de 2009

Reflexão sobre o merecimento

Faz tempo que quero escrever sobre esse tema, já cheguei até a discutir sobre ele com minha irmã, com a Bete e com Popa, é claro.
O pontapé inicial para isso foi o evangelho dos dons que ouvi em uma missa lá no ano passado. Não me recordo nem o livro e muito menos o capítulo, mas fala sobre uma parábola, na qual um senhor que, antes de viajar entrega os dons (dotes) aos seus funcionários de acordo com suas habilidades. A um deu 1, ao outro, 2 e ao outro 5. Ao voltar o que ficou com 1 devolveu 1, o outro devolveu 4 e o último 10. Ao final, o que entregou só 1 ficou sem nenhum, e aos que multiplicaram, mais lhe foram dados.
Fiquei pensando muito a respeito disso, e percebi que isso é feito conosco a cada momento.
Cada um de nós recebeu “um dote” de Deus, e o que estamos fazendo com ele? O que eu estou fazendo com os dotes que ele me “emprestou”?
Sim, pois tenho certeza que tudo que tenho em vida é apenas um empréstimo, que no final de minha trajetória ele irá cobrar, e aí qual será a minha resposta...
Tenho procurado não enterrar nada do que sei com a desculpa de falta de tempo, falta de interesse.
Minha mãe sempre fala uma frase: “o saber não ocupa lugar”. E acredito que seja esse o caminho.
Aprender sempre, e procurar passar ao outro um pouco, quem sabe assim o dote se multiplica.
O mesmo penso a respeito de minhas filhas. Antes mesmo de serem minhas elas são de Deus, e, como estou lidando com tão valorosos dotes?
Eu e Popa não temos medido esforços para fazer, antes de ser o melhor para elas, fazer o que é certo. Esperamos com isso multiplicar amor, ternura, alegria sabedoria, criatividade e tudo o mais que Deus tem nos dado, quem sabe assim, consigamos cumprir nossa missão com êxito.
Não quero entrar mais afundo nesse tema, afinal só foi escrito para que eu não usasse a desculpa de “enterrar” essa idéia.
Um abraço,
Lidiane, 09/04/09

Obrigada pai

Sempre tive o hábito de pedir a bênção aos meus pais e padrinhos de batizados, e agora que passei para o outro lado da história, que virei mãe, me lembrei de algo muito delicado que meu pai sempre fazia.
Lembro-me que ao pedir a bênção a ele, ele respondia:
“Que deus lhe dê boa sorte!”
Acho isso de muita sabedoria, coisas que só os pais sabem fazer.
Agora que “virei” mãe estou tomando emprestada essa sabedoria e, antes de sair do quarto de minhas filhas à noite, digo essa mesma frase a elas.
Tenho certeza que isso só vem acrescentar as boas coisas que meu pai deixou.
Saudades,
Lidiane, 09/04/09

Maternidade

Ser mãe é ser tudo ao mesmo na mesma hora, e no meu caso para duas pessoinhas, e no final de tudo certificar-se de que não se sabe nada, que quando acha que sabe, não é mais...
Mas é também virar torcedora incondicional.
Eu torço por tudo. Para que comam bem, que tenham saúde, que façam coco, xixi, etc, etc...
Ser mãe é perder o romantismo.
Antes o presente para o esposo era embrulhado, vinha com cartão, agora estou feliz por ter conseguido comprar, isso porque foi pela Internet e a santa da minha mãe que pagou o boleto para mim.
Ser mãe é perder todo o domínio do seu corpo da cintura para cima. Virou domínio das Marias, e por conta delas meus seios nunca ficaram tão expostos.
Ser mãe é também adorar ter um momento para respirar. Quando consigo sair só para fazer algo em menos de meia hora, é fantástico ver que o mundo continua no seu ritmo, e, quem sabe, logo farei parte dele novamente.
Adoro ver os dias passarem. Aqui em casa tem uma folhinha do Sagrado Coração de Jesus com páginas diárias, sempre as tirava com maior gosto, agora ainda bem que tem minha mãe. Ainda sobre o tempo, tenho outro mini calendário na geladeira, já tem 3 meses que só vim a tirar a folha depois do dia 3...
Mas acima de tudo isso, ser mãe é ter contato com o maior amor do mundo.
Minhas filhas são meu foco total agora, é para elas e por elas que faço tudo.
É claro que corujice não pode faltar, pois elas são muito graciosas e espertas. A cada dia é uma nova descoberta. Elas já mudaram muito desde o nascimento.
E por falar em mudança, até agora ainda não ficou muito claro para nós de casa se elas são ou não idênticas.
Maria Helena nasceu menor, e por isso era bem fácil ver as diferenças, porém agora ela está cada vez mais semelhante à Maria Luiza.
Desde que chegaram em casa Maria Helena usava brincos de estrelinha e Maria Luiza brincos de bolinha. Porém elas ganharam pulseiras do meu irmão Renato: de bolinha para Maria Helena e de pedrinhas coloridas para Maria Luiza. Agora as pulseiras já servem e imaginem, trocamos os brincos. Confesso que fiquei perdida, isso porque acreditava que sabia quem era quem independente dos brincos. Foram uns dias de fiasco, mas agora acredito que já melhorei...
Lidiane, 09/04/09