sábado, 30 de outubro de 2010

Feijoada

No feriado prolongado de 1 de maio, de 2008, eu e Popa fomos com nossos amigos Daniel e Milena à Tamandaré, aliás última viagem antes da maternidade...
No último dia do feriado fomos à missa e a homilia ficou gravada.
O padre nos chamava a atenção para sairmos do "modo feriado" e voltarmos a vida normal. Pediu para que não nos acomodasse.
E para isso ele usou de simplicidade que ficou gravada por nós dois.
Ele disse mais ou menos assim:
"Sabe daqueles dias em que você se encontra triste, sem vontade de fazer nada, pedindo para que o dia se acabe, que mude a página?
Pois é, ele nos disse que para esses momentos precisamos reagir, sair do marasmo, virar o momento e não esperar que as coisas se arrastem"
O melhor ainda está por vir. Ele ainda disse: "nesses dias, é a hora perfeita para se fazer uma feijoada"
Quem já se pôs a fazer uma, sabe do trabalho que dá né, então essa foi a mensagem do padre que estava no lugar e hora certos para nos encorajar.
Hoje o dia se arrastou. Maria Luiza teve um mal estar ontem à noite e passou a noite e dia febril, medicada, com ânimo aparente nos horários em que o remédio fazia efeito.
Aparentemente nada grave (pode inclusive ser os tais dentes), mas foi o suficiente para nós dois ficarmos "de banzo",sem vontade para nada.
Maria Helena pelo contrário ,esteve super ativa, foi direto, sem pausa das 6:00 às 19:30!
Mas essas coisas nos derrubam, até mesmo variar entre uma animada e outra mais quieta.
Ao final do dia,quase durmi sentada antes de Luiza...
Popa lembrou da "feijoada".
Parece que só de lembrar as coisas melhoraram.
Luiza foi medicada e durmiu bem, e nós dois nos revezamos para colocar a mínima ordem em pia da cozinha e roupas secas e lavadas. Parece pouco e besteira, mas só de saber que as coisas foram feitas dá uma sensação de que tudo está no caminho certo.
Ah, amanhã é dia de fazer a "feijoada" para nosso futuro, votem bem, e que Deus nos proporcione forças para fazermos as feijoadas nossas de cada dia.
Lidiane, 30 de outubro de 2010

“Bonequinha da mamãe”, não, bonqeuinhAS do papai e da mamãe

Descobri apenas na última semana as músicas do Pequeno Cidadão. Foi amor a primeira vista, meu dos meus daqui de casa.
As músicas são bem feitas, descoladas, engraçadas, e o melhor, dançantes!
Temos dançado bastante, e as meninas têm preferência total por 2 delas: O sol e Lua e Bonequinha do papai, essas elas já acompanham as letras pra nossa alegria acabou de sair o DVD. Assim que conseguir ir à livraria comprarei, pois as meninas são bem audiovisuais!
Mas músicas à parte ontem ouvi uma frase que ficará guardada no lado esquerdo do peito.
Maria Luiza, com toda sua desenvoltura dos seus 1 ano e 9 meses, deitou-se em cima de mim, ajeitou um abraço e disse, baixinho: “amo você!”
Só de lembrar me emociono.
Ser mãe é tudo, de tudo, e muito. Mas, principalmente as coisas boas são muito mais freqüentes e melhores.
Obrigado às nossas bonecas Marias.
Lidiane,30 de outubro, 2010

Água na cara...

Para tudo é necessário um tempo, comigo isso tem sido mais que real.
Admiro, e muito, as boas mães que continuam a trabalhar depois da maternidade. Para mim isso é inconcebível. E digo novamente, acho admirável.
Aos poucos os bebês vão se tornando crianças e assim vão indo e tomando seus rumos vida a fora, e, para mim ver de perto essa primeira infância é o melhor presente que Deus tem me dado.
É tudo muito, mas é muito bom.
Outro fato relevante é que, dentro da fonoaudiologia, meu grande interesse, assunto de especialização e mestrado, foi o desenvolvimento de linguagem infantil. Sendo assim, estar e participar de tudo isso, é uma delícia.
Mas, vamos à vida fora do “Castelo de Grayskull”. Há vida fora de casa, e muita.
Eu estou, aos poucos retornando a vida normal, ou seja,sair com amigas,sair com o marido, enfim, conseguindo trazer um pouco de Lidiane na mãe das Marias.
Com essa volta a vida tenho priorizado também a saúde, e com isso a volta das atividades físicas é um fator crucial.
Ainda estou bem acima do peso, ainda bem fora de forma, mas não tenho pressa. Meu objetivo mais específico é correr a São Silvestre 2016. É a maneira que quero agradecer a vida pelos meus então 40 anos!
Não sei se lembram (textos de 2007), mas antes da gravidez corria diariamente 5km. Agora, 2 anos e meio depois, estou voltando timidamente à corrida, mas com cautela.
E, foi assim, voltado a ver o mundo, que tenho tido minha dose diária de energia e saúde. É sempre divertido, pois ouço de tudo um pouco: política, esporte e mais o que estiver na moda. E como, apesar de doce, não sou feita de açúcar, dias desses fiz todos as minhas voltas debaixo de uma chuvinha fina que molhou sem estresse. Foi tão bom levar aquela água na cara de manhã bem cedinho, foi como um aviso divino me acordando para o mundo, para dentro de mim mesma...
Lidiane, 30 de outubro, 2010

sábado, 7 de agosto de 2010

PEDRINHA MIUDINHA*…



Desde que as Marias nasceram meu trabalho pago em beijos e abraços é ininterrupto, mesmo assim é bom e salutar ter uma fonte de renda que possa usar como “moeda de troca”. Afinal nosso mundo é vasto, e as oportunidades, infinitas.
Por isso, e outras coisas mais, gosto e preciso produzir coisas, das mais variadas possíveis.
Como sabem, dentre minhas delícias está o mosaico.
Amo essa técnica e adoro “mosaicar”
Desfazer para reconstruir o novo me fascina, e os desafios me motivam a cada vez mais, buscar desenhos novos, ou executar paixões guardadas.
Hoje acabei de colar a última pedrinha de um quadro que é o meu maior desafio nessa técnica até hoje.
O desenho base é sobre o carnaval pernambucano. Vi este desenho pela primeira vez em 2007, no ano do centenário do frevo, onde a revista Continente o apresentou na capa de sua edição.
É uma composição maravilhosa de cores e movimentos do artista Lula Cardoso Aires.
Desde que vi, me apaixonei pela tela, e a vontade de fazê-la em mosaico só foi aumentado com o tempo.
No entanto, pela grandiosidade de detalhes, sabia que não seria fácil, dessa forma, ela foi ficando para depois...
Porém, nesse ano, depois de muito divulgá-las entre familiares ela foi encomendada. Será um presente do Dia dos Pais.
Foram dias de trabalho duro e cansativo, ainda mais driblando o meu tempo, com o tempo das meninas.
No final das contas acredito que a nossa equipe doméstica composta por nós 4, mais a minha ajudante, está dando muito certo.
A alegria de colar a última, de cerca de mais de 4000 pecinhas é muito grande. O tamanho real do quadro é 74X54 cm.
Espero que gostem do resultado (parcial).
Até sábado posto novamente com o quadro enfim acabado.
Um abraço para todos,
Lidiane, 05 de agosto de 2010
* Canção do Folclore Popular

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Relaxe... se puder...

Sabe daqueles dias em que a vontade que ele acabe reina o tempo todo.
Pois ontem foi mais ou menos isso.
As meninas estavam bem, aliás ligadas até demais. A alegria era derramar água; na roupa, no sofá, no chão. Depois de ontem acho que só vou voltar a treinar tomar água no copinho quando elas fizerem 15 anos!!!!
Mas eu é que estava num dia "não".
O cabelo está feio, estou acima do peso, e pra combinar isso influi direto na minha coluna, que anda dando sinais de alerta para eu me cuidar.
Além disso tem o ciclo vicioso do stress.
Helena esteve com uma gripe bem forte, carregada com febre na semana passada, por conta disso dormimos muito mal. Além disso os dias foram bem agitados, pois se uma dormisse a outra demorava ou não dormia, dessa forma descanso nulo.
E assim a semana finalmente acabou.
Com esse ritmo, fazer qualquer prática de yoga de manhã é inviável, tempo que aliás é o único que tenho pra trabalhar.
Sendo assim, nem yoga, nem trabalho, e quando não produzo nada fico meio pra baixo, como se "só" cuidar, brincar, educar, alimentar, e porque não estimular o desenvolvimento de linguagem delas fosse pouco...
Coisas da minha cabeça (dura!).
Mas em meio a tudo isso ainda sim ontem consegui ir a aula de yoga, que graças à Deus é exatamente na casa dos meus vizinhos.
Com tanta caraminhola na cabeça a prática aconteceu mas fiquei o tempo todo lembrando muito da respiração para poupar o máximo da minha coluna e tratá-la com carinho.
Final da aula: relaxamento.
Logo que deito começo a pensar em tudo isso que escrevi acima, sem conseguir fazer minha mente se aquietar, e quando finalmente desligo de mim ouço o som externo: choro de criança.
Não qualquer criança, uma de minhas filhas, que pela distância e altura ousei pensar que fosse Maria Helena.
Terminei o mais rápido que pude e ao entrar em casa confirmei com Popa, realmente pouco antes de voltar, ela deu um escândalo de poucos segundos (que parecem sempre a eternidade) sem motivo palpável.
Por essas e outras estou "tentando" relaxar.
Um abraço para quem passa por aqui,
Lidiane

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

happy hour

Não podia deixar de relatar.
Hoje, as meninas com 1 ano e 20 dias fizemos nosso primeiro happy hour, só nós 4!
E podemos dizer que foi um sucesso.
Bendita seja a pizza, e para mim a melhor de todas, a Marguerita!
Elas foram conosco, andaram o bar todo (eu confesso: entrei com Helena no banheiro masculino)!
Mas o detalhe que fez diferença: nós fomos os primeiros (e únicos enquanto estivemos por lá) fregueses do bar desta sexta-feira.
Outra coisa que me lembrei: fazia com certeza mais de 1 ano que não comia pizza fora de casa, por aqui ela sempre tem vindo nas caixas pelos motoboys.
Pizza assada em forno a lenha e comida na horinha, sem caixa é outra coisa.
Essa foi a primeira de muitas saídas de nossa pequena grande família, afinal de contas, respirar é preciso.

Ah, nesse domingo será o "batizado carnavalesco" das meninas, pois o religioso ocorreu no domingo de carnaval do ano passado.
Iremos os 4 no Guaiamum Trelosinho ano 1.
Guaiamum Treloso é um bloco bem tradicional daqui, e neste ano a versão infantil é novidade e contará com nada mais, nada menos que "Palavra Cantada".
Fantasias prontas é só acalmar a ansiedade da mãe.

Um abraço e bom final de semana.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Debaixo d’água

“Debaixo d’água tudo era mais bonito
mais azul mais colorido
só faltava respirar”

Arnaldo Antunes

Pois é, é assim mesmo que me sinto sendo mãe. É a melhor e mais intensa sensação que podia imaginar.
É algo que supera a canseira e todo o resto, mas... tenho que respirar.
É como se eu precisasse me lembrar que sou eu, ter algum tempinho pra poder correr, sair só, ficar com Popa, ou mesmo conversar com amigas, nem que seja pelo telefone.
Pelo menos acredito que meus períodos respiratórios são bem espaçados, dessa forma vou me ajustando com as meninas e, juntas vamos levando.
Mas apesar de ter que respirar, digo, friso e repito: viver com elas é maravilhoso. A cada dia elas estão mais bonitas, mais sabidas, mais independentes, se tornando (como diz o pai) “pessoinhas”.
Novos dentes estão surgindo, já andam com uma certa desenvoltura, já simbolizam algumas coisas, e Luiza já diz papai, mamãe e água.
Helena diz mamãe , mas só quando quer.
E é tudo mais azul mais colorido com elas por perto que muitas vezes nem percebo que meu tempo de respirar quase já se foi...
Lidiane, 28/01/10

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Para minha irmã

Queria Cila, o tempo passa os caminhos nos levam para lugares distantes, muito embora o pensamento e o amor estejam sempre presentes.
A vida adulta faz com que as imagens da infância se transformem em algo mágico.
É bom e ao mesmo tempo triste, no sentido do saudosismo que não volta mais, lembrar do tempo em que morávamos na Usina, que os meninos eram meninos, do tempo em que sabíamos, desde sempre, que quem ia estudar fora precisava de mais carinho, de mais chocolate.
Lembra, que a caixa de bis e os biscoitos "São Luíz" eram para os meninos (e depois chegou a nossa vez, é claro)? E todos respeitávamos essa necessidade.
Mas tudo isso dói em lembrar que agora está cada um pra um lado, as ocupações nos distanciam.
Fico triste em não poder ser tão presente com você, ainda mais pelo tanto que você ama as meninas, mas o corpo não dá conta de fazer o que a cabeça e o coração pedem.
Gostaria que você pudesse entender...
Mas mesmo assim saiba que o amor é eterno.
Hoje tenho o privilegio de ver o crescimento das meninas e sei, que a cada dia o amor entre irmãs se cria e se fortalece, é maravilhoso, e cada uma do seu jeito, com sua personalidade, seu dengo, sua independência.
Faz tempo que gostaria de deixar registrado o quanto admiro o seu amor pelas meninas.
Sei que amor não se pede, não se agradece, apenas se dá, e peço desculpas pela falta de demonstração, mas saiba que da minha parte ele também existe, ele está aqui, e estará sempre, assim como também pelos meninos, nossos irmãos.
Cada vez que nos encontramos fica a sensação de que o tempo não deu, faltou.
É tão bom ver você e os meninos.
Penso em como tudo isso deve se processar na cabeça da nossa mãe.
Bem que ela me disse no aeroporto: "É neguinha você veio pra agitar nossas vidas..."
Desculpe a distância, amo todos vocês.
Fiquei muito emocionada com a música que você me trouxe.
E é claro, de novo tempo (ou falta dele), nem pude te dizer que chorei ao ouví-la.
É muito bom saber que você tem essa idéia de mim como "solar" e sonhadora, a música da Maria Gadú que é a minha trilha sonora atual, pois se pra você ela te faz lembar de mim, para mim ela me faz lembrar de você, e tudo de bom que você e faz, por mim, pra nossa mãe, para os nossos irmãos e para minha pequena grande família que está aqui esperando por você sempre. Você faz parte integrante das nossas histórias.
De novo, o amor não se agradece e nem se pede, apenas se dá, e como já foi dito (sabe Deus quem disse agora), "a medida do amor é amar demais".
Com todo o meu amor, pra você: Cila.