quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mais um ano vai se acabando...

É, 2008 está com seus dias contados para virar passado.
Este ano minha vida tomou rumos nunca antes imaginados. Por outro lado, o sonho mais desejado dos últimos anos tem sido realizado, ou melhor, gerado, em dose dupla aqui dentro meu ventre.

É difícil fazer um “balanço” de 2008, mas com certeza este é um ano amplo, intenso, sofrido, generoso, e cheio de realizações que sempre será lembrado, e por tudo isso junto.

A saudade do meu pai não passará.
O afeto e amor da família frente ao acontecido, cada um reagindo a sua maneira.
Nunca me esquecerei da grandiosidade da presença constante do meu irmão Liço naqueles piores dias de nossas vidas em Ribeirão Preto...
A generosidade de cada amigo nesse momento difícil foi uma força importante para a vida seguir seu rumo.
O carinho, a compreensão e a ajuda das pessoas no meu trabalho.

E, apesar da dor e da saudade a vida não parou e continuou.
Neste ano conseguimos realizar o sonho da casa própria.
Graças à ajuda de nossos pais (e meu pai ajudou mesmo!!!) conseguimos nos mudar, e agora definitivamente.

Praticamente junto com o apartamento veio a melhor notícia do ano que é a gestação, e depois a gemelaridade, e depois saber que são duas meninas.

É impossível quantificar, qualificar esse ano de 2008.

Só peço a Deus que continue a nos abençoando e, que em 2009 a vida continue seguindo o seu rumo, quem sabe de uma forma mais amena, com mais riso, mais vida.

Também peço a Deus que abençoe com muita saúde e alegria a cada um de vocês, meus queridos amigos. Com certeza, a amizade de vocês faz cada pedaço da vida melhor, mesmo os mais difíceis.


Desejo a todos um Feliz e Santo Natal, com gosto e cheiro de família, amor, amizade, e um 2009 com felicidade e conquistas em dobro.

Um abraço, com carinho,
Lidiane

domingo, 19 de outubro de 2008

Agora eu já sei!

Há exato um ano atrás eu estava passando por período de incerteza, sem saber ao certo o porque das coisas, mas apesar de tudo eu tinha a convicção de que nada era por acaso.

No dia 19 de outubro de 2007 eu soube o resultado do concurso da aeronáutica. Concurso esse que me fez mudar radicalmente de vida em menos de 3 meses. Por ele eu me dediquei fundo e não consegui por pouco, muito, muito pouco (para maiores detalhes ver texto Eu realmente não sei).

No entanto, além dessa sensação de que faltava algo para eu saber, também tive comigo uma certeza constante: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”.

E apoiada na fé e na confiança no meu Deus eu sabia que tristezas à parte, o tempo me faria entender aquela situação com olhos melhores. E assim, com ajuda do tempo, hoje, na mesma data de tanta confusão frente aos fatos do ano passado, hoje para mim é dia de muita alegria de agradecer a Deus.

Eu podia estar chateada e inconformada que meio décimo não passei no concurso, mas não, estou feliz.

Hoje tenho a certeza de que tal concurso foi um instrumento divino para que eu conseguisse feitos maiores e muito mais valiosos.

Sem tal concurso eu estaria com sobrepeso e me achando bem, porém não via que isso também era empecilho para minha fertilidade.

Vamos lá, caso tivesse conseguido a vaga tão desejada teria saído do meu trabalho em dezembro, porém neste janeiro muitas outras coisas aconteceram, e a perda do meu pai, frente a tudo isso fez com que eu ficasse um mês todo em Guariba. Conclusão: caso tivesse conseguido tal vaga, estaria sem emprego, pois o treinamento iniciou antes de eu ter voltado para casa. E vamos e venhamos, minha família está sempre à frente do meu trabalho.

E por fim, meses depois soube a feliz notícia da minha gestação, e com isso, minha vida tem mudado muito, e sempre para muito melhor.

Tem sido um mar de novidades, com detalhes, conquistas e realizações. A gestação das nossas queridas e aguardadas gêmeas trouxe um ânimo novo para toda a família. E, agora com tudo isso, eu só posso mesmo é agradecer a Deus por tamanha bondade e amor que tem para comigo. Olhando em retrospectiva, eu vejo exatamente que cada detalhe, cada entrave que houve (e há) na minha vida, são etapas de um processo maior, arquitetado por Ele para que minha vida seja cada vez mais um motivo de agradecimento e louvor.

Meu Deus, eu te agradeço por tudo o que tens feito em minha vida e te peço para guiar meu coração, para que eu seja calma e mansa e consiga ver Suas ações por detrás das minhas angústias.

Um abraço,

Lidiane, 19/10/08

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Não sou Picasso mais iniciei minha fase Rosa!

Pois é, minha gestação tem sido muito boa. A cada momento é uma nova descoberta, uma nova alegria.

Primeiro, a própria confirmação, depois a notícia da gemelaridade, e agora, o descobrimento de quem são essas pessoinhas que habitam meu ventre.

Na última ultra-sonografia descobrimos que são duas meninas.

Ainda não dá para saber se são uni ou bivitelinas, pois, mesmo tendo placentas separadas elas ainda sim, podem ter se dividido bem no início, ou seja, precisaremos aguardar as cenas dos próximos capítulos...

O mundo da maternidade e paternidade é cheio de novidades e encantos, a começar pelas proporções totalmente irreais de tamanho das roupas, quantidades de fraldas entre muitas outras coisas que só descobriremos quando elas estiverem aqui do lado de fora.

Os nomes já haviam sido escolhidos, alguns há anos, outros nem tanto.

As opções masculinas eram (e são, para quem sabe o futuro) homenagens aos avós: José Francisco, meu pai, e José Luiz. Para o segundo nome, o José é complemento, pois o avô e o bisavô paterno são Luiz.

Mas as “donas da minha cabeça” são as encantadoras Maria Luiza e Maria Helena.

Nem sei ao certo quando foi que decidi por Maria Luiza. Foi, provavelmente há quase uma década atrás, num período onde Tom Jobim era fundo musical freqüente. Dessa forma, mesmo sabendo que minha Maria Luiza dificilmente terá “cabelo amarelo e olhos cor de chuchu” não resisti ao encanto infantil da música, e desde então decidi que teria uma Maria Luiza.

Maria Helena foi escolhido agora. Precisávamos de um nome delicado e tão bonito quanto. Aos poucos fomos excluindo alguns, e quando vimos, Maria Helena já era a opção mais querida.

E, assim, na espera de nossas Marias nosso mundo aqui em casa (e familiares próximos) começa a exalar a feminilidade e delicadeza dos tons cor-de-rosa.

O momento é de alegria, organização, dedicação desde já integral a elas.

Aos poucos elas vão tomando conta da casa, seja com os cheirinhos de bebê, com as roupinhas, os móveis...

É tudo um grande sonho.

Não paro de me encantar e de admirar com o milagre da vida. A maternidade por si só já seria um acontecimento, e dessa maneira tem sido duplamente especial.

A cada exame, a cada consulta, vamos aos poucos nos conhecendo e fazendo a ligação de afeto e carinho só possível de acontecer nas famílias.

Ainda não as sinto mexer, pois deve haver muito espaço lá dentro, no entanto a barriga cresce admiravelmente a cada dia.

A maternidade, para mim tem sido uma bênção de Deus.

Agradeço sempre e faço questão de compartilhar cada descoberta.

Um abraço cor-de-rosa,

Lidi

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

MUNDOS PARALELOS

No domingo passado li uma crônica da Danuza Leão na Folha de São Paulo, na qual ela dizia o quanto era medíocre em relação a sua empregada doméstica e tudo o mais. Por exemplo, ter coragem de descontar os R$100,00 que a moça havia lhe pedido adiantado e nem se incomodar em gastar a mesma quantia (ou quem sabe até mais) em apenas um jantar japonês.

Hoje acabo de ler o texto da minha amiga Ana Cristina no blog dela , no qual ela também descreve suas insatisfações em relação a dita “Saúde Pública”. Nele ela também conta três exemplos de vida, tão simples e tão sofrida, de um povo que sofre e faz de tudo para viver.

Em meio a esses dois textos, e também ha um turbilhão de emoções que tem me feito pensar muito a respeito do meu próximo , vou tentar expor aqui algumas de minhas angústias sobre tais fatos.

Vou começar pegando carona no desabafo da Ana em relação a seu trabalho. Assim como Ana, também trabalho na Saúde Pública. Atualmente essa é minha única fonte de renda oficial, pois, como sabem sou artesão e isso é outra história.

Na verdade trabalho hoje em apenas um local, no qual vou por 5 períodos. Lá procuro fazer meu trabalho de uma forma digna, embora cada um dos pacientes que por lá passam mereçam, no mínimo o dobro, de tudo o que o local oferece. Faltam materiais, salas suficientes entre muitas outras coisas.

Todos nós sabemos das condições ruins da Saúde Pública, no entanto, em meio a tanta dificuldade em se arrumar um trabalho, a cada vez mais os concursos ficam mais e mais lotados. As concorrências são 200 por vaga, 500, e por aí vai. Mas uma coisa me intriga, e muito. Todos nós que prestamos os tais concursos lemos atentamente cada uma dos itens do edital. E, certamente damos um peso grande em relação à carga horária e ao salário. Quase sempre os salários estão muito aquém do desejado, mesmo assim lá vamos nós. E não somos os únicos. Junto com nossa “massa”, composta da turma de nível superior, vai também uma multidão de pessoas simples com nível médio e ensino fundamental.

Aí começa meu drama.

Desde que entrei neste meu trabalho atual, minha carga horária tem sido vagarosamente reduzida, e por mim mesma. No início cansei de entrar lá às 7:00 e sair às 18:00, às vezes até mais tarde. Chegava em casa acabada. E fazia isso 3 vezes na semana. Ou seja, já reduzi, no mínimo, um período do meu trabalho. Mas por quê?

Aos poucos fui vendo que, minhas colegas, que entraram na mesma seleção que eu, já não faziam os 6 períodos. E, assim fui me sentindo desestimulada, até mesmo enganada. Por que tanta diferença entre uma mesma classe?

O pior ainda está por vir.

Tudo bem, reduzi minha carga horária, estou quase igual à maioria das minhas colegas, mais agora outro ponto me preocupa.

Eu trabalho dentro de um hospital, certo?

Para ele funcionar é preciso um batalhão de trabalhadores: porteiro, atendentes, auxiliares, e muito mais.

Eu estou fazendo a minha parte, mas toda vez que chego, às 7:00 da manhã, o porteiro já está lá, e as atendentes também. Quando saio, perto de 16:00 horas eles continuam. Todo dia que passo por lá, seja a hora que for, sempre há um desses soldados anônimos no seu posto fiel. Para eles não há mordomia, não há redução de carga horária, não há vantagens.

São essas pessoas que fazem parte um mundo à parte. Recebem bem menos que nós, não têm acesso a toda a cultura que nós temos, e são eles, que quando precisam de algum atendimento, saem de madrugada, debaixo de chuva, frio, e calor e vão lá, nas nossas salas de espera aguardar pacientemente por nossos cuidados. São verdadeiros heróis.

Continuo insatisfeita com meu salário e também com as condições de trabalho, porém, nada justifica as condições de trabalho de todos os trabalhadores, principalmente os mais necessitados.

Outro ponto: o outro mundo, o real, o cruel existe e está bem mais próximo.

Desde que vim para Recife fiquei muito preocupada com as desigualdades sociais. Aqui você sai do shopping e está na favela. Ao lado do luxo, literalmente está o lixo. No entanto, eu vivo em um desses mundos, e felizmente não é o menos favorecido. Quero deixar claro que tanto em Campinas e em Guariba também há tais desigualdades, porém menos cruéis, ou menos próximas.

Nessa semana fiz minha mudança de endereço. Agora estamos morando em um apartamento bem maior (casa dos herdeiros/as), e tudo isso só foi possível com intensa ajuda de minha fiel escudeira Maria, sua filha Adriana e a ajudante de minha sogra Quitéria. Principalmente pelo fato da gravidez eu pude fazer quase nada, a não ser dar palpites e solicitar coisas, e elas prontamente ajudaram em cada detalhe. E hoje, apenas 3 dias após a grande mudança a casa até parece já estar habitada há tempos. Todos esses dias todas elas chegaram cedo, trabalharam exaustivamente. Ao final da quinta-feira havia várias coisas para elas levarem embora e meu marido foi levá-las em casa. Pela primeira vez, Popa, meu marido, foi à casa de Maria (que ele conhece desde o ventre materno), e voltou chocado como é longe.

Aí caiu um remorso gigantesco, por várias vezes ficar “chateadinha” porque a coitada, depois de pegar sei lá quantos ônibus, chega em casa perto de 9:00.

Outro fato é que, nos lugares que freqüento, fico impressionada com a quantidade de carrões que circulam. Fusca é algo raro. Gol geração I, uno, e tantos outros aparecem 1 para cada 6 corollas, tucsons, e por aí vai. Mas assim que chegou, Popa foi logo dizendo, que lá no bairro das minhas escudeiras, a situação é inversa.

Nem sei onde quero chegar com tudo isso, quero mesmo é desabafar. Quero poder deixar tudo isso para meus bebês que ainda estão na barriga e poder fazer que eles pensem que, assim como eu e você, podemos ser agentes de mudança. Procurando cumprir nosso papel de forma justa. Pagar corretamente, e no dia, esses soldados anônimos que contribuem o tempo todo para que nosso castelo esteja sempre a postos.

Para Maria, Adriana e Quitéria, meu muito obrigado, e minhas sinceras desculpas por tanta injustiça social.

P.S.: Blog da Ana:

http://anacristinaviana.blogspot.com/

domingo, 20 de julho de 2008

A escada da felicidade

Certa vez, numa das aulas de psicologia lá da faculdade, nós fizemos uma “vivência”. Enquanto a professora foi nos conduzindo disse, em certo momento, que era pra imaginarmos uma escada, entre outras coisas. Ao dizer isso, não tive dúvidas, e me lembro claramente que minha escada era imensa, na verdade eu não via o fim, ela ia até o céu e sumia entre as nuvens.

A verdade é que eu não sei o resto (adoro a frase: “Fica o que significa.” Esqueci o autor), mas depois de terminada a tal vivência veio a explicação. A escada era uma simbolização da amizade, e os degraus nossos amigos.

Teve até algumas amigas que disseram que eu estava enganada, que amigos verdadeiros são poucos e tudo mais.

Não desmereço nada desses comentários não. Sei que já me decepcionei muito, mas fazer o quê, somos todos passíveis de erros, a começar por mim.

E dessa forma, queria fazer aqui uma declaração pública de amor aos meus amigos, que graças a Deus são inúmeros, e estão todos espalhados por esse mundão de meu Deus.

Eu sou uma privilegiada, já conheci (e quero conhecer muito mais), pessoas iluminadas, abençoadas, engraçadas, fiéis, divertidas, queridas, meigas, inteligentes, corajosas, atrapalhadas, disciplinadas, esquecidas....

São tantas as qualidades e características de cada uma delas que seria um cem número de adjetivos e ainda sim, insuficientes.

Fico orgulhosa com as conquistas dos meus amigos, fico feliz com suas realizações, compartilho com cada um deles minhas tristezas e ainda muito mais minhas alegrias. E faço isso com maior carinho.

Para mim, a maior alegria é receber um e-mail com uma ou duas frases, mas que foram realmente digitadas, letra por letra, para mim. Cada vez que isso acontece, aparece um brilho maior nos meus olhos.

Os amigos me fazem ver o mundo, compreender, aceitar e dividir.

Meus amigos são minha família estendida.

Sempre que precisei de apoio recebi.

Através da Internet (Bendito seja Bill Gates), cada vez mais a distancia entre nós é menor.

E saibam todos os meus amigos, é sempre um prazer para mim, dividir cada trecho de minha vida com vocês.

Cada texto, cada fala, cada sorriso, cada momento está devidamente arquivado em um compartimento gigantesco e afetivo dentro de mim.

Amo a todos vocês.

Um abraço, e feliz dia do amigo,

Lidi, 20/07/2008.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Dia dos Namorados

Desde o meu primeiro exame de ultra-som eu já havia ficado em estado de graça, mas o melhor ainda estava por vir. Na penúltima consulta o médico havia solicitado para eu voltar depois de 10 que cairia exatamente no dia 12/06. Segundo ele, neste dia poderíamos ver o embrião e os batimentos cardíacos.

E, com essa expectativa a mil fui com Popa ao consultório do Dr. Hélio.

Lá esperamos e esperamos muito, mas enfim fomos chamados. O bom é que ele mesmo é quem faz o ultra, no mesmo consultório sem mais demora, e isso já é fantástico.

Consulta em andamento, perguntas feitas, próxima etapa o ultra.

Fui para a mesa e depois chegou ele e Popa para vermos como estava o nosso bebê.

Assim que Dr. Hélio começou o exame ele ficou quieto, coisa que me preocupou, e esse silêncio de segundos aconteceu com uma imagem na TV de “uma carinha”, ou seja um círculo grande e outros 2 pequeninos, que mais pareciam 2 olhinhos.

Silêncio quebrado com a pergunta do médico:

- Lidiane, está preparada para fortes emoções?

Nesse momento eu só olhava para a TV, e Popa que pensou melhor olhou na hora o médico, e se aliviou com o ar de riso, quebrado com um sorriso real com a minha resposta de “SIM”.

E ele falou:

- Você está grávida de GÊMEOS!!!!!!

A partir desse momento não sei mais o que sou nem o que faço, só sei agradecer a Deus por mais este presente e ter o máximo de cuidado para que estes dois embriõezinhos cresçam e apareçam.

Aqui em casa, e por extensão, na casa dos avós e tios de todos os lados a alegria é imensa.

Eu sempre soube do amor de Deus para comigo, mas Ele não cansa de me surpreender, e dessa forma esse foi o melhor presente de Dia do Namorados que nós dois poderíamos nos dar.

Obrigada meu Deus, e que o senhor nos ilumine a todos.

Um abraço, agora triplo,

Lidiane

14/06/08

quinta-feira, 5 de junho de 2008

É simples viver, o difícil é estar de olhos abertos para isso...

Em Guariba tenho dois primos, o Vando (Evandro) e o Deu, Deodato.

Esses meninos sempre me surpreendem pela força e simplicidade.

Há exatos dois anos antes do meu pai falecer, quem se foi, foi o pai deles, meu tio Cido.

Foram tempos bem difíceis, pois meu tio sofreu muito com câncer de ouvido, e depois de tanto sofrer se foi em 03/02/2006.

Ainda com as feridas da dor e da saudade o Vando contou lá em casa o seguinte diálogo que teve com sua irmã, minha prima Nena (Natália):

Nena

- É, esse ano ta difícil...

Vando:

- Nena, pára com isso, não tem essa de ano fácil ou difícil. Imagina só, nesse ano a gente perdeu o pai, e se a gente também ganhar na loto? E aí, vai um ano bom ou ruim?

Esse diálogo dele não me sai da cabeça, e com ele pude ver a beleza da simplicidade brotar mesmo quando a dor é forte e dura.

Na verdade isso é uma grande lição para todos nós.

Por pior que seja o momento, as dores que vêm e que vão, a vida é maior que isso, e não pára nunca. Se estivermos abertos e disponíveis veremos, a cada dia novas possibilidades, basta ser simples.

Um abraço,

Lidiane

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Amor de Deus é maravilhoso!!!!

Não paro de pensar nessa frase. Penso nela sempre, desde quinta à noite, dia 29/05.

Pois é, nunca, em toda minha vida gostei tanto da cor rosa, ainda mais quando ela surgiu na forma de duas listrinhas no meio da fita do exame de gravidez da farmácia.

Todo mundo tem objetivos de vida, planos e tudo o mais, pois é, comigo não é nada diferente. No entanto, nunca tive objetivos inacessíveis, eles são até bem palpáveis e simples, e com isso é que garanto minha felicidade.

Desde muito pequena (ler o texto das musas) sonhava em estudar, então esse foi meu primeiro sonho, que incluía totalmente o mestrado, e é etapa cumprida.

O outro era encontrar minha cara-metade e casar, fato também consumado.

Entretanto, o segundo sonho só teria significado se gerasse frutos, pois desde todo o sempre a maternidade já estava comigo, e agora, aos 31, quase do segundo tempo, eu, na verdade, nós dois, eu e Popa, conseguimos.

Voltando à quinta, dia 29.

Depois de uma jornadinha de 1 ano e 5 meses, e já no 4° ginecologista (GO), Dr. Hélio Costa, eu finalmente tive muitas boas notícias.

Na verdade, sei perfeitamente que todo o processo foi importante para essa etapa, mas estar com esse ginecologista agora, nesse momento tem feito toda a diferença.

Primeiro que nada é por acaso. Outro dia estava almoçando na casa dos avós de Popa e lá estava uma amiga da esposa do tio de Popa que falou de um exame esquisitíssimo (histerossalpincografia) e soltou o nome deste meu atual GO. A tal moça também já tinha passado por uma das minhas 3 GOs, e saiu dela por causa parecida.

Mais ou menos 1 mês depois deste almoço, a última GO solicita o tal do exame para mim, porém não me fala nada sobre onde fazer. Comecei a procurar e a secretária dela ficou de confirmar o telefone do local e está para me ligar desde 22 de abril!!!!!!

Nesse meio tempo, lembrei-me do nome do GO que a moça disse e fui atrás dele, achando inocentemente que o exame poderia ser realizado em consultório. Lá vai ligar para a secretária e pedir ajuda sobre tal exame.

De imediato as secretárias dele me ganharam. Liguei na terça, dia 22 e elas me conseguiram um encaixe para quinta, dia 24, pois lá ele me diria o local e outras coisas.

E lá fui eu.

Ele me explicou tudo e já me indicou para voltar a tomar o remédio que induz a ovulação (que é do 3° ao 5° dia do ciclo). Com ele soube que o exame é feito em local de RX, e marquei, pois o dia é exatamente uma semana após o início do ciclo.

Este exame serve para ver se há ou não obstrução nas trompas, e para isso é injetado contraste nas próprias. Para minha sorte tal exame deu normal. Outro ponto é que com esse exame, caso haja alguma obstrução pequena, ele “libera”,

Depois disso Dr. Hélio também solicitou o exame para verificar o nível de progesterona para o dia 13/05, para verificar se houve ovulação.

Nesse meio tempo muita água rolou debaixo da ponte....

Teve o happy hour mensal, minha mãe chegou para ficar comigo 20 dias, teve o dia das mães, estávamos dando umas olhadas em apartamento para comprar e eu nem me preocupei com o resultado, pois meu retorno estava agendado para o dia 29/05.

Assim que peguei o resultado do exame de progesterona pintou uma pulga (boa!) atrás da orelha. Nele os valores se encaixavam tanto na fase lútea quanto no primeiro trimeste gestacional. Mas já havia esperado tanto por esse momento que decidi não me antecipar e esperar que o médico chegasse às conclusões adequadas.

Chegou enfim a quinta-feira, dia 29, com minha mãe por aqui, e lá fui eu para o consultório e pedi para que ela ficasse com Popa, pois demoraria.

Durante a consulta o médico viu o exame, começou a perguntar, fazer contas. E fez mais contas, coçou a cabeça, a barba, e com uma carinha levemente feliz e meio desconfiada disse a frase mais esperada: você PODE estar grávida. E claro, ele solicitou os exames de sangue e tudo o mais e pediu para que eu retornasse.

Isso tudo aconteceu perto das 19:00h.

Ao sair do consultório não pude esperar pelos exames laboratoriais. Saí à procura de uma farmácia. Na euforia ou sei lá o que, passei pela primeira e lembrei que o mercado 24h da Rosa e Silva tem farmácia, e foi lá que descobri.

Comprei o exame mais fácil de manusear e lá fui eu, com uma calça comprida creme para o banheiro feminino do mercado.

Quando entro e arrumo a bolsa, abro o exame e olho para o vaso, fico até feliz, estava até usável, porém não havia um cm de papel.

Fechei tudo e fui para o vaso do lado. Nesse havia papel porém o chão estava uma lama de xixi. Não sei como isso é possível, mas mulher é antes de tudo malabarista né.

E fui dobrar a barra da calça, tomar cuidado para não escorregar no chão, mirar a tirinha no lugar certo e esperar para ver. Na verdade nem precisei esperar. O tal exame aconselha ser feito de manhã, esperar por 5 minutos, mas como “o que é do homem o lobo não come”, as listrinhas rosas não demoram a aparecer.

Nem sei como fiquei...

Saí de lá de volta pra casa, sem saber se chorava, se agradecia, se sorria ou o que.

Nunca torci tanto para o sinal fechar. Cada sinal que fechava olhava o exame para ver se eu estava vendo certo, se as tiras não haviam desbotado...

Em casa, Popa e minha mãe haviam ido ao Plaza e lá fui eu trás deles sem crédito no celular. Rodei shopping acima, não consegui colocar crédito, na segunda tentativa de ligação a cobrar encontrei-o (é claro que ele estava no piso térreo, e eu cheguei no primeiro andar!).

Assim que eu mostrei o exame, e ele ficou super feliz, depois falei para minha mãe. Depois para minha sogra e minha cunhada Cris, elas disseram para meu sogro e cunhado, e assim foi.

Na sexta, fiz o de sangue e novamente positivo.

A alegria foi tanta que só na sexta, dos amigos que estavam por aqui perto, recebemos 16 visitas, todas com muito carinho e alegria.

E é assim nesse clima de alegria e felicidade, certa de que isso tudo é bênção de Deus que estou vivendo.

Agora já está tudo confirmado e é só saber esperar o tempo, que o tempo nos trará nossa criança muito amada.

E só para confirmar, é claro que não tive coragem de jogar fora o exame da farmácia.

Um abraço,

Lidiane

terça-feira, 27 de maio de 2008

Chuva

Chuva, ventinho levemente gelado, convidando ao aconchego da casa da família. Tempo de parar para ver o tempo. Olhar a chuva faz bem.

Como meu pai gostava de chuva, sempre me dizia que, se começasse a chover à noite ele me acordaria...

A chuva traz lembranças mas também esperanças.

Esperanças de união, de alegria e de muita celebração da vida ao redor de comilanças aquecedoras.

Que a chuva seja bem vinda.

Que seja mansa o suficiente para molhar, e delicada o bastante para não desmoronar.

Que a chuva venha sempre, sempre renovando a vida, lavando a alma e preparando a terra para novos frutos.

Boa chuva para todos,

Lidiane, 27/05/08.

sábado, 17 de maio de 2008

E o mundo não parou

E não parou mesmo, embora eu esteja bem lentinha, muitas vezes desanimada, mas ele continua firme e forte.
E que bom. Graças à Deus o moinho da vida não pára de rodar, pelo menos durante o tempo em que estamos por aqui nesta nossa vida terrena.
E, mesmo com saudades do meu pai e a cabeça cheia de idéias que vagueiam até se concretizarem eu estou por aqui. Nem tão firme, nem tão forte, mas sempre uma Rocha.
A vida vai seguindo seus rumos, as saudades e inquietações persistem e eu ainda tenho muito a fazer.
No momento ainda estou em faze de "mudança" porém dentre em breve, mais um sonho será virtualmente realizado, o site "Rocha das Artes".
Eu já tenho o domínio, e quem quiser já pode anotar:
www.rochadasartes.com.br
Lá terá tudo de novidade em matéria de arte produzida pela família Rocha.
Espero que gostem e mãos à obra que o trabalho também não pára (e nem pode parar).
Um abraço, com carinho,
Lidiane
17/05/2008

domingo, 9 de março de 2008

Meu pai

Agora está tudo menos alegre.

Meu pai não está mais por aqui, agora ele se foi para um lugar bem melhor, e mesmo assim o egoísmo humano me faz sentir uma saudade enorme, e uma tristeza que insiste em aparecer.

É tão estranho ter que me referir ao meu pai com o verbo no passado. Mesmo ele não estando por perto, tenho certeza que ele está próximo.

Nessa vida ele foi antes de tudo um lutador, um guerreiro.

Nasceu em São João do Paraíso, MG, aos 03/09/1939. Foi para o Estado de São Paulo ainda criança, porém com atitudes de adulto. Aos 13 anos já trabalhava pesado, e foi trabalhando muito que fez sua vida, construiu minha família.

Trabalho à parte, ele adora a vida. Gostava de amigos, de receber em casa, de fazer brincadeiras com as pessoas, de inventar apelidos inesquecíveis. Como ele tinha uma dificuldade para lembrar nomes, então ele, muito sabiamente usava de apelidos genéricos, e que serviam tanto para homens como mulheres. Há tempos atrás era “Bagaço” usado mais para seus colegas de trabalho na Usina Bonfim. Depois veio o inesquecível “Potência”. Ele sempre dizia “é uma verdadeira Potência!”. E foi assim, dessa maneira, que trabalhou no Bar O Amarelinho junto com meu irmão Nato, por mais de 20 anos.

Agora em qualquer canto de nossas vidas ele faz falta, muita falta.

A qualquer hora que se pára para lembrar vêm episódios bonitos, boas lembranças.

Meu pai sempre teve paciência, lembro-me na infância que ele dividia pacientemente o miolo da cabeça da galinha em 5 pedaços, um para cada filho.

Também na infância ele sempre voltava para casa com alguma guloseima: chocolate (os deliciosos cigarrinhos da Pan), sorvetes, uvas passas em caixinhas...

Além de doces ele também trazia churrasco de frango da Usina. Quando ele trabalhava na Usina, havia, no período da safra, a mudança dos turnos, e eu gostava muito quando ele trabalhava à noite. Sempre que estava no período da noite ele fazia um “churrasquinho” lá dentro da Usina. Minha mãe preparava o frango (coxa e sobrecoxa) e ele “assava” nos canos de alta pressão lá na Usina, e assim deixava o trabalho pesado um pouco mais leve. E claro, além de comer com os amigos, trazia ainda um pouco do churrasco para casa, assim eu o esperava de manhã, para logo cedo comer churrasco, e depois voltava para a cama para dormir mais um pouco com meu pai (depois de ter dormido a noite toda com minha mãe).

Meu pai sempre foi muito religioso, devoto de Nossa Senhora Aparecida, porém ele não era muito de missa não. E, infelizmente acho que eu tive um pouco de culpa nisso. Quando eu era criança ele sempre ia com minha mãe, porém eu era a dorminhoca em vida, e assim, lá ia meu pai me carregando em missas, procissões, até que ele cansou...

Ele foi uma pessoa tão simples, gostava de coisas comuns, uma cerveja, estar com todos de casa juntos, comemorar aniversários, observar a chuva cair. Como ele adorava a chuva!

A ausência física é difícil de assimilar, mas as boas lembranças povoam minha mente o tempo todo.

Toda vez que me lembro dele, lembro de coisas boas, de quão bom pai ele foi.

Saudades,

Li, sua negona.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Laços

Já pensei em escrever tantas coisas para o blog entre dezembro e agora, que até o momento nada havia me motivado. No entanto, umas fotos que acabei de organizar e ver me fizeram lembrar do que é realmente bom na vida: os laços que a gente faz.

Laços familiares, afetivos, fraternos...

Como é bom se relacionar com os outros.

Por mais que eu entristeça algumas vezes por não ter o retorno esperado, ainda sim tenho a certeza de que faria tudo, exatamente tudo o fiz da mesma maneira.

É um sorriso no meio da rua, é um telefonema perdido na tarde de domingo, é um recado no orkut, ou mesmo uma daquelas infindáveis mensagens power point.

Seja lá qual for o meio, saber que há alguém que se lembra de mim, me faz muito feliz.

Na verdade a vida só tem sentido, para mim, desse jeito. Se não for para compartilhar, não há por que.

Em meio ainda a aura fraternal do Natal pensei e penso muito nas pessoas que amo (e, graças à Deus são muitas). É sempre impossível estar com todas, ainda mais agora na “ponte aéreo/terrestre” Recife-Guariba, mas mesmo assim, se fazer próximo é sempre bom.

Ainda agora estava fazendo o levantamento das fotos para revelar, foi como se visse um filme do Natal e Ano Novo, e já fiquei com saudades...

Saudades da agitação, da correria de ver e estar com as pessoas.

Acabado de fazer isso, fui fuçar no orkut, e tive uma bela surpresa. Ao procurar amigos, descobri que vários dos quais eu já tinha e-mail estavam bem fáceis de achar. Isso me fez lembrar de tempos atrás, e outros nem tanto, mas foi tão bom poder vê-los, mesmo que só os olhos de alguns pelas fotos pequeninas do orkut.

Bendita seja a fotografia, bendita seja a Internet.

E por falar em laços, vai um link de um vídeo lindo do You Tube que vale a pena ser visto e revisto:

http://www.youtube.com/watch?v=gl74J-aAnfg

Com atraso,

Feliz 2008!

Lidiane