sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Suficiente

Não é preciso pensar muito para ver que, atualmente há muitas opções de qualquer coisa que seja, inclusive pontos de vista.
Qualquer objeto e bens de consumo tiveram um crescimento alarmante nos últimos 30 anos.
Com tantas opções assim fica fácil a dúvida, e por consequência o consumo disnecessário. Atire a primeira pedra quem nunca precisou descartar um produto de compra infeliz ou mesmo aquela comidinha que sobrou, foi até guardada mas não durou...
Enfim, parece que nos esquecemos do que realmente é necessário.
Aqui devo assumir minhas culpas e, claro, meu texto e assumir a fala.
Não sou mulher maravilha, nem em sonho desejo isso, e muito menos o outro oposto de fútil de plantão. Aos poucos que me conhecem sabem que sou muito mais de colocar as mãos na massa e fazer (para) acontecer. 
Mas mesmo assim, pensando sempre dentro do meu reduto, procuro agir com consciência, mas bastou uma puxada no freio de mão que veio à tona todo o meu grande apego irrestrito a tudo o que me cerca.
Fato importante: minhas filhas brincam hoje, abril de 2013, com alguns dos brinquedos que foram meus, e adquiridos no ano de 1983!!!!
Apegada eu????
Imagina!
Bobagem!
Mas vamos lá, minha casa não será um museu, e nem mesmo a da minha mãe, e, por falar nisso preciso fazer a varredura final dos meus inúmeros acervos de lá...
Voltando aos fatos.
No período da quaresma procurei assumir o compromisso de ver, a partir de mim o que, realmente é suficiente. Parti do básico: o guarda-roupa, depois passei para a casa e até mesmo fiz uma dessa sessões de desapego com minhas filhas. Vários brinquedos em bom uso tomaram outros destinos.
Na hora do vamos ver é um sufoco. Dá até vontade de desistir, poque quanto mais se procura, mais se acha. No entanto, com envolvimento de todos, eu diria que a missão teve êxito.
Creio que retiramos daqui de casa o equivalente  uma caçamba, e o mais chocante: nada fez falta!
Até mesmo nos meus materiais de trabalho. Adoro tecidos e, claro, tenho muitos, no entanto, por mais que os use e reutilize, chega um momento que preciso descartar, caso contrário não caibo no ateliê.
Até aí tudo bem, mas dia desses senti doer o quanto o consumismo faz o valor das coisas cair ao quase nada.
Quem tem filhos pequenos sabe muito bem: brincadeira uma beleza, mas na hora de guardar nada. Nessa situação básica lá estavam no chão, a meio metro da caixa dos brinquedos: a Barbie de bicicleta e a princesa Ariel. Os avisos de guardar foram dados, o pedido foi feito e aí parti para a ameaça: guarde, caso contrário eu doo para outra criança. E qual foi a resposta: pode doar mamãe! Meu mundo caiu, meu chão se abriu. Ajoelhei no chão, e com a garganta travada expliquei que queria apenas que ela guardasse na caixa, senão teria que doar. Ela ainda mais firme, com a certeza de uma caixa cheia de outras princesas e Barbies respondeu: pode doar mamãe, doe para outra criança que não tem!
Doeu em mim. Quem tem 30 anos ou mais sabe que boneca não vinham às duzias na infância, e que, quanto mais apetrecho mais difícil era ganhar.
Difícil fazer esses paralelos, mas é fato, quanto mais se tem, menos valor se dá.
Eu tento ao máximo me controlar, mas, mesmo com nó na garganta lá fui eu levar as bonecas quase novas para a doação. Que as crianças que as receberem deem mais mais valor e brinquem com elas por muito tempo.
Abraço,
Lidiane

Eu gosto de gente

Acabei de postar um texto "de hoje", e ao procurar encontro esse rascunho.
Acho que ele é complemento, lembrando que ele foi escrito no mês de maio, quando voltei para casa, depois de uns bons (e curtos) dias na casa da minha mãe.

"Toda vez que volto para a casa da minha mãe no interior de São Paulo tomo uma injeção de humanidade.
Nas cidades grandes eu vou me diluindo em meio a multidão e já não fica possível cruzar com alguém no meio da rua e simplesmente cumprimentá-la.
E eu gosto disso.
Olhar para alguém que nunca vi antes e, com sorriso no rosto dizer bom dia, boa tarde, boa noite.
Eu fico realmente feliz com isso.
E sou assim, gosto de me vincular as pessoas, criar laços e, na medida do possível mantê-los.
Ainda na minha estadia na minha mãe pude ter o privilégio  de reencontrar e conhecer os frutos de amigas da minha época de faculdade.
Em Marília éramos em 33 alunas do curso de fonoaudiologia. Em Guariba somamos 9 mais filhos e maridos.
Foi uma tarde maravilhosa.
Rever pessoas queridas conhecer crianças adoráveis e ver que, no final de contas o que realmente vale são os laços.
Um laço bem feito, com carinho e afeto dura, alegra a alma e nos recarrega.
É preciso nos reabastecermos do nosso lado humano. Todos o temos, mas no corre corre da cidade acabamos deixando ele de lado.
É tanto a fazer, organizar e conquistar que o nosso melhor vai diminuindo...
Como disse gosto de gente.
Sou gentedependente.
Se gosto fidelizo, simples assim.
Que nosso humano seja o nosso lado bom.
Com carinho e afeto,
Lidiane"

“E narciso acha feio o que não é espelho”

Frase clássica de Caetano Veloso ao se deparar com o novo. 
Cai tão bem em mim, e mesmo sabendo que é assim que angustio, reclamo e, infelizmente levo um tempo para me acostumar...
Esse ano as meninas mudaram de escola. Saíram de uma escola pequena que adoro, mas precisávamos dar um passo além. Fomos para uma escola maior. A turma que antes tinha 8 alunos, ou seja apenas 6 colegas de sala, passou para 28, na verdade 2 turmas, cada uma com uma professora!
Por mais que quisesse, decorar nomes e até mesmo os rostinhos, até hoje devo dizer que ainda não sei...
Em meio a tudo isso veio ainda o medo, insegurança e desconhecimento em relação aos também novos pais.
É quase impossível conhecer todos, pois nem sempre coincidem as idas e vindas, e aí, é claro arrumar defeitos naquilo que está fora de mim é o caminho mais fácil.
E assim, dessa forma achando que os outros eram menos abertos quem se fechou foi eu!
Passei um semestre sem muitos contatos, para ajudar a agenda foi fechada com atividades de segunda a sexta. Vendo assim nada de mais, tudo normal, porém essa não é a minha natureza. Adoro receber, ver a casa viva.
Para sair do marasmo na semana passada convidei uma amiguinha, mas essa já é de casa. Nesse momento pude perceber que, além das meninas eu também estava com saudades disso.
A partir daí não teve mais jeito, precisei sair do casulo e, para minha surpresa, as mães que convidei foram super abertas e gratas, e hoje vieram duas novas amigas aqui pra casa. A terceira nova convidada não pôde por motivos super bem explicados pela mãe e já está na fila para próximas ocasiões.
É, não tem jeito, muitas dúvidas aparecem ao decorrer do caminho, mas uma coisa é fato: gosto e preciso de gente, e isso me ensina, me fortalece, me faz, sem dúvida uma pessoa melhor.
Às mães novas: Karina e Gerlane meus agradecimentos e todos os amigos de sempre, saibam que todos povoam meus pensamentos com o maior carinho.
E hoje a casa realmente ficou bem animada, além das 4 já citadas, estiveram também minha afilhada Letícia e Bruna.
Ah, a propósito estou na espera de dias mais seguros, sem tantas possibilidades de chuva para novos pic nic matutinos.
Ainda com os sorrisos de todas na lembrança deixo aqui um abraço e meu sorriso,
Lidiane, 16/07/2013